
Os Estados Unidos e o Reino Unido optaram por não assinar, nesta terça-feira (11), a declaração da Cúpula de IA de Paris, realizada na França, que propõe uma inteligência artificial ética, inclusiva e sustentável, entre outras diretrizes.
A declaração foi aprovada por 58 países, incluindo a China e membros da União Europeia.
O texto destaca a importância de garantir que a IA seja “aberta, inclusiva, transparente, ética, segura, protegida e confiável”, levando em consideração as estruturas internacionais, e também salienta a necessidade de “tornar a IA sustentável para as pessoas e para o planeta”.
O governo britânico explicou que a declaração não ofereceu “clareza prática suficiente sobre governança global” e não abordou adequadamente questões cruciais sobre segurança nacional e os desafios que a IA representa para ela, conforme informou um porta-voz, citado pela Reuters.
Já os Estados Unidos não divulgaram de imediato os motivos de sua decisão de não assinar o documento. No entanto, o vice-presidente dos EUA, JD Vance, participou da cúpula e fez críticas à possibilidade de uma “regulamentação excessiva” do setor, conforme relatado pela AFP.
Durante seu discurso, Vance afirmou: “Acreditamos que regulamentar excessivamente o setor de IA pode prejudicar um campo tão transformador”. Ele se dirigiu a centenas de líderes, incluindo os copresidentes da reunião, Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, e Emmanuel Macron, presidente da França.
Além disso, Vance destacou que formar parcerias com “regimes autoritários” para o desenvolvimento ou a regulação da IA seria um erro, direcionando suas críticas à China, representada na cúpula.
Em meio às tensões comerciais entre Washington e Pequim, o vice-presidente americano afirmou que “associar-se a regimes autoritários é amarrar sua nação a um mestre que busca infiltrar-se, estabelecer-se e controlar sua infraestrutura de informações”.
Vance citou, como exemplo, as exportações “altamente subsidiadas”, como a tecnologia 5G da China.
Por fim, o vice-presidente ressaltou que os Estados Unidos são “líderes em IA” e que a administração de Donald Trump “pretende manter essa posição”. “Faremos tudo o que pudermos para promover políticas que incentivem o crescimento da IA”, completou.
O vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, presente nas discussões, não fez declarações na sessão plenária.