Na semana do Meio Ambiente, a Assembleia Legislativa (Ales) discutiu a importância de uma floresta tropical marcada por duas grandezas: sua biodiversidade e sua histórica destruição. Com a pergunta “O que é a Mata Atlântica e por que devemos protegê-la?”, o biólogo, mestre e doutorando em biologia vegetal João Pedro Zanardo construiu uma animada conversa com alunos do 5º ano de uma escola particular de Cariacica.
O especialista provocou a criançada a expor seus conhecimentos sobre a mata. Animais que eles já viram, árvores e plantas que eles conhecem. Diante de quatro imagens, os pequenos capixabas não tiveram dúvidas de que manguezais, restingas e florestas, a Mata Atlântica tem. Ainda aprenderam que campos de altitude também compõem o bioma.
No quesito importância da Mata Atlântica, vários alunos souberam dar uma resposta certeira: “protege as nascentes”, “tem nossa água”, “controla a qualidade do nosso ar”, “tem muita biodiversidade”.
Zanardo abordou ainda o que podemos fazer para preservar os recursos naturais, a importância de evitar a poluição e como a sociedade pode “tomar a decisão de fazer a diferença pelo meio ambiente”.
A Mata Atlântica representava mais de 15% do território brasileiro. Mas um dos biomas mais ricos de diversidade biológica foi perdendo espaço ao longo dos séculos para a concentração populacional e econômica que passou a ser a marca, de norte a sul, do litoral e de porções do interior brasileiro.
O aluno Davi Matedi Maia, de 10 anos, demonstrou que captou o recado e quer estar um dia entre os adultos que fazem a diferença. “A Mata Atlântica é o bioma predominante do nosso estado. A gente tem que preservar ele porque sem ele a gente não teria esse clima, a gente não teria as nascentes e a nossa água já teria acabado. A gente ia continuar gastando plástico e a gente ia acabar ficando sem água e, assim, morrendo”, alertou.
Ao final da palestra, todos os alunos ganharam uma muda de pau-brasil. O que o Davi fará com a dele? “Eu vou dar para minha avó, ela mora na roça. Lá tem muito espaço para ela crescer e virar uma árvore gigante. (…) Tem muitas árvores, tem muitos pés de café, tem muitos animais que ela cuida. Então eu já sei o lugar.”
Para a professora Alessandra Miranda, a iniciativa da Ales agrega ao que a escola já trabalha durante o ano inteiro em sala de aula. “Eles estavam muito ansiosos por esse momento e para eles também é importante essa interação de sair do espaço da sala de aula e ter o contato com outras pessoas que também prezam pelo tema”.
Em entrevista à TV Ales, o biólogo destacou a importância de falar diretamente com crianças sobre um tema crucial para o Espírito Santo, que é a preservação do mundo natural no qual o estado está completamente inserido.
“Se a gente pensa em um futuro mais sustentável, um desenvolvimento sustentável para dentro do nosso estado, é importante que desde criança elas entendam a importância do bioma da Mata Atlântica, da preservação das áreas naturais do nosso estado, para que elas se tornem adultos que busquem por estratégias mais sustentáveis para o desenvolvimento dos trabalhos delas”, pontuou.
Dia do Meio Ambiente
A palestra foi uma iniciativa da Comissão Parlamentar Interestadual de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia Hidrográfica do Rio Doce (Cipe Rio Doce). A Cipe, tradicionalmente, garante destaque para a Semana do Meio Ambiente na agenda da Ales. Em 1972 a Assembleia Geral das Nações Unidas definiu o 5 de junho como o Dia Mundial do Meio Ambiente.
Fonte e texto retirado de: Site da ALES